Trilha Morro Dois irmãos – RJ

Tio Queiroz em uma conversa com meu irmão recém aprovado em uma faculdade fora da nossa cidade disse: “Meu filho, você está indo para uma cidade desconhecida, ela será sua casa durante muitos anos portanto viva essa cidade, torça por um time de lá, conheça cada ruela e faça daquele povo o seu povo também.” Eu, com meus  16 anos nunca mais esqueci disso e tomei pra mim esse conselho também e a cada final de semana que passo em casa vendo TV eu acho que to perdendo alguma coisa lá fora.

Esse fim de semana eu fiz um passeio que há muitoooo tempo eu tava afim de fazer, a trilha que termina no topo do morro Dois Irmãos, um dos morros mais vistos em fotografias do Rio e onde fica a favela do Vidigal.

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Leblão

Depois da pacificação das favelas o passeio por elas passou a ser super acessível mas li na internet que essa trilha seria aconselhável fazer sempre com um guia, eu até visitei alguns sites de guias mas olha, fui sozinha mesmo hahaha sem guia, porque sempre tem gente por lá. Geralmente a escadaria principal do Vidigal fica cheia de gente mas esse final de semana, domingo, pré copa, porque Rebecca vai, não tinha NINGUÉM.  Pedi pra meu amigo carioca falar carioquês com o mototaxi na tentativa de “eles não são turistas” mas né? Isso só funciona quando a gente pede uma cadeira na praia porque os caras já abordaram a gente com um “vamo subir pra trilha???”

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Yeah, subimos o morro de mototaxi hahaha e nunca senti tanto medo na minha vida! Os caras conhecem aquelas ruelas como a palma da mão e vão voando, não tava tanto calor mas eu suei feito uma poica :( Morri de medo. Pagamos R$10 pra subir e eu sabia que o preço normal era R$5 mas paguei mesmo assim. No caminho cada motoqueiro tomou um caminho diferente e ficou aquele medinho de: aimeudeusdoceu, cade a galera? Mas no final nos encontramos vivos no começo da trilha ♥

O começo dela é bem leve mas o nível hard começa a dar seus sinais logo depois. Eu, atlética, tive que parar umas 200 vezes para respirar. Não levei água e ainda fui de espadrille hahaha que se mostrou muito frágil arrebentando a cordinha frontal :( Mas mesmo assim considero a trilha leve pois tem apenas alguns pontos críticos, durou 1h e meia mais ou menos e valeu todos os esforços. Existem algumas aberturas na mata que te dá a visão de São Conrado e da Rocinha também.

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Porém o topo da montanha é o mais aguardado, é aquela vista que a gente só vem em cartão postal! Escolhemos uma época muito boa para essa trilha, o outono no Rio deixa o clima muito mais agradável e todos os tons de azuis ficam intensos deixando a cidade muito mais bela do que ela realmente é.

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Encontramos uma galeeeera lá em cima mas foi só esperar um pouco e curtir a vista que as fotos ficariam despoluídas de pessoas :)

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O medo de tirar foto mais perto do penhasco é tenso e venta muito. Tem gente que só falta pular la de cima pra tirar a foto mais bonita mas eu sou frouxa e gosto de viver, fiquei na zona de segurança.  Na descida almoçamos pelo morro mesmo, um PF de lei e andamos pela comunidade tirando fotos bestas como essa do container da UPP com os policias nos julgando com o olhar. Descemos o resto do morro de combi, R$2. (A subida é R$2,50 hahaha)

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nozes na escadaria no Vidigal

Finalizamos o passeio com um mergulho no mar de São Conrado e fomos bem felizes. Hoje, segunda feira já não posso dizer o mesmo já que a minhas pernas não respondem mais quando preciso levantar da cadeira :(

Foi um passeio sensacional e gastamos apenas R$26 com almoço incluso! Valeu demais.

Apenas mais um dia aqui

Ela se programa, compra passagem barata, reserva um albergue pra não gastar muito e conta os dias para a viagem chegar e eles são muitos. Os problemas se acumulam mas jaja tem uma viagem pra tirar ela dessa cidade um pouquinho, pra respirar. Aí a semana chega, ela marca um taxi para as 17h, liga as 16:30 pra confirmar, confirmado. Bate o ponto no trabalho, espera 10 minutos, 20, 30. O trânsito aperta, começa a chover, o tempo passando e ela liga para o cooperativa: “ele está a caminho senhora, ele nos informou que está a 30metros daí” a passageira volta pra chuva, toda molhada não vê taxi. Volta, liga, esculhamba. Já se passaram 40 minutos. O voo sai em 1h e meia mas chegar ao aeroporto internacional do galeão às 18h seria uma tarefa apenas que Eduardo Paes faria, de helicóptero. Tenta pegar taxi na rua, chovendo, as 18h. “Vai pra onde moça? Ah não, muito longe” alguém tem que avisar para os taxistas que ela não tava pedindo carona. 18:20 não da tempo, conforma-se que perdeu o voo, chora, na chuva às 18:50 . Tenta outro taxi pra casa, consegue porque era pra perto. O taxista afoga suas mágoas com ela que só quer afogar as suas em seu travesseiro. Na conversa ele diz que ainda vai morrer de enfarto nessa cidade e ela concorda que o fim dela será o mesmo. Falam até de corte de cabelo de mulheres, o taxi não anda, a cidade parada falando das mulheres parisienses e como elas se vestem. O taxista nota seu cabelo curto e pergunta se ela gosta de shopping, ela negou e recebeu um pedido de casamento. Ali mesmo ela pediu pra descer porque “ela lembrou que precisava ir ao supermercado”.
Assustada, vai pra casa, ainda molhada deita na cama e olha pela janela.

Os dias estão contados e são muitos.

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Morro do Alemão

Fé em Deus! DJ!

Quarta feira de cinzas, já tava todo mundo morto. A gente queria fazer alguma coisa muito leve e diferente porque eu me recusei a ir pro Cristo e pão de açucar haha E surgiu a ideia de visitar o morro do Alemão, muita gente já foi, bateu a curiosidade e nós fomos :)

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Chegar lá é a coisa mais simples do-mun-do. Quer dizer, em dia de feriado é muito fácil mas no dia a dia deve ser um horror, visto ao que a gente vê na tv, o que passa essa galera que precisa pegar trem. Começamos a nossa jornada pelo Metro, do Catete pra Central deu uns 15 minutos. Na estação Central compramos o bilhete da supervia rumo à estação de Bonsucesso (R$2,90). Os trens que a gente pegou tinha ar condicionado mas passamos por vários bem precários, inclusive as estações que passamos tem um vão enorme entre o trem e a plataforma que tem que tomar muito cuidado para não cair, bizarro.

No caminho, da pra ver umas paisagens que parecem zona de guerra, de verdade. Você começa a se questionar se tudo que você reclama da vida tem sentido vendo aquela cena e como é que a galera que tá no poder não se sente incomodado em ver que tem a chance de mudar a vida dessa galera e pouco faz… Muito triste. Mas no meio disso tudo a gente viu 3 crianças brincando em um taque de água turva e apenas de cuecas, todos muito felizes! Um cisco caiu no meu olho nessa hora :~

Chegando na estação de bonsucesso, tudo muito bonitinho, limpo e organizado. Uns agentes da supervia nos orientaram ao sair do trem, disseram que ao virar a direita e pegar a escada rolante nós não pagaríamos a ida do teleférico que custa R$5 :) A gente procurou algum serviço de guia mas não tinha nada por lá, então eu fiz como eu fazia na Itália, abri o Google e pesquisei sobre o local hahaha descobri que o complexo é formado por 15 comunidades e que o nome faz referência ao antigo dono das terras, que na verdade era polonês, mas como bom gringo sarará ganhou esse apelido dos habitantes de lá.

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É nóis.

Foi um passeio bem divertido, muito mais pela emoção que é andar nesse teleférico… ele tem umas descidas que dão um frio na barriga e deixa todo mundo tenso. A galera também era massa :) Lá dentro é muito, muito quente. Mal tinha ventilação e com um bando de gente tensa e rezando pra que aquilo não caísse, você sua mais que um porco.

São 6 estações mas a gente só desceu na última. É impressionante o tamanho do lugar e a gente ficou se perguntando como aquelas pessoas se acham naqueles becos e ruelas, subir aquilo sem teleférico devia ser muito trash. Agora eu achei meio caro o bilhete, imagina que o morador tem que pagar R$5,00 pra cada viagem? Acho que muita gente ainda sobe aquilo a pé. 

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Lá em cima a gente foi abordado por um garotinho que vendia água e disse que a gente falava diferente hehehe muito fofo. Ainda disse que dançava funk e dançou pra gente, Ruan. Me deu saudade de fazer trabalho voluntário. Tem video dele dançando aqui http://instagram.com/p/lLM7jctfvp/

O passeio durou só umas 2h, descemos o morro com menos medo do teleférico mas cozinhando do mesmo jeito. Já no Catete almoçamos a melhor comida do mundooooo from norteast, óbvio. Fica a dica de restaurante hein, Severyna na Glória.

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nham!

A gente tirou o dia pra subir morro, depois do almoço, para desespero de Guto (que queria dormir), nós fomos no alto do morro do Cantagalo em Copacabana. Na estação Ipanema/General Osório tem uma saída chamada “Rubens Braga” e lá existe um elevador que te leva até lá. Se chama Mirante da Paz, da pra ver a praia de Copacabana, prédios e o morro Dois Irmãos… acho que a paisagem da praia é bem mais legal que a de lá de cima.

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That’s all.

Carnaval – 2014

O feed de todo mundo ficou cheio de “todo carnaval tem seu fim” e “feliz ano novo” esses dias né? Pra mim quando chegou segunda feira eu já fiquei pedindo a Deus pra que fosse ano novo e que o carnaval tivesse um fim. Guentei não.

Esse carnaval tinha tudo para ser uma bela bosta, uma sucessão de acontecimentos que tava me deixando muito mal foram amenizados com a chegada do Carnaval junto com a melhor galera do Brasil :D Amigos em casa para a minha surpresa! O pequeno 401 ficou apertado para tanto amor ♥

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Pra completar a gangue, um novo morador do 401 chegou, diretamente de Porto Rico, num deu muito certinho não, já chegou aprendendo coisa feia e bebendo muita, muita cerveja.

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O saldo do carnaval foi: Blocos muito famosos ZERO, bloquinho na rua de casa DEZ! Em todos os blocos que a gente inventava de ir era um perrengue pra fazer o básico, escutar o trio. O som de todos os trios eram horríveis, ano passado eu tive a mesma constatação mas nada mudou. Você precisa se matar no meio de 100mil pessoas para escutar um som que parece o do seu celular, sem fones de ouvidos em um bar lotado. Resultado: ou você se diverte com seus amigos de alguma outra forma ou o bloco vai ser decepcionante.

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armaria!

Já nos bloquinhos perto da sua casa, você vai a pé e tem espaço de sobra até pra rodar com as baianas \o/ jogar confete na cara do outro, ver crianças fofinhas dançando, abraçar seus amigos e curtir mesmo um carnaval saudável.

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Com exceção do Bloco Sargento Pimenta, que deu um show de som, o resto é resto :P É o único bloco que vale a pena ir mesmo lotadão. São musiquinhas dos Beatles em ritmo de carnaval muito divertidas, fui e voltei a pé do bloco. Bastou só esse pra me destruir fisicamente e pedir pra o Carnaval se findasse.

É a galera cult curtindo o carnaval, urru.

Queria deixar registrado uma coisa: essa galera salvou esse feriado que estava designado a muita choradeira e tristeza. Valeu, vocês são $#@!.

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Se mudem pra cá :~

Foi um carnaval muito divertido, inesperado e renovador! A gente fez uns passeios diferentes também como conhecer o morro do alemão e o mirante da paz em Copacabana, que depois eu escrevo aqui pra vocês. Adoro amigos turistantes!

Ah! Javier mandou dizer que já que o Carnaval acabou ele começou a contar os dias para:

fotoHAHAHAHAHA!!!

ps. Post com oferecimento ceicinhafigueiredo.com.br ♥

Macaranã

Goool, da Argentina!

panran paranranpan paranranpaannn HEY! (Skank – é uma partida de futebol)

Domingo foi dia de Maraca! Na verdade domingo foi um dia muito trash, mas que surpreendentemente o Macaracanã foi que me salvou. Fui ver Fluminense x Botafogo pelo campeonato carioca, BORA FLUZÃÃÃO x) Sempre simpatizei com o Fluminense e quando me chamaram para ver o jogo topei na hora :) Foi ótimo porque não era nenhum clássicão o que deixa o jogo muito calmo, eu queria ver mesmo um Fla x Flu mas o ingresso esses dias tava R$80, bjos.

Maracaaa

Maracaaa

Paguei R$35 meia, mas tinham ingressos por R$20. Achei bem acessível porém o local que a gente escolheu ficar foi com o sol na nossa fuça! Marinheiro de primeira viagem só se lasca hahaha O calor no Rio de Janeiro já deu uma trégua mas ainda maltrata. Ficamos mendigando uma sombra e aos poucos o sol foi baixando.

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O jogo em si foi massa, muito legal ver a torcida gritando, a galera xingando e o juiz roubando. Po, 2 gols anulados! Sacanagem… E Fred perdendo o pênauti foi inacreditável. O jogo acabou 3×0 pro Botafogo :(

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Sobre o Maracanã eu achei sensacional. Desde quando pisamos na calçada havia pessoas orientando onde compra ingresso, onde entrar, quanto tava o ingresso. Todos com camisas sinalizadas e muito educados, não me senti no Rio de Janeiro! O cara me deu até boa tarde!! hahaha brinks :P

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Entrando, mais organização, pessoas super educadas e pacientes com a galera que se enrolava nas catracas. Lá dentro, parece um centro de convenções, inclusive se você comprar uma água você deveria comprar junto uma parcela do Maracanã porque R$3 num copinho de água foi a única desvantagem que vi lá dentro. As cadeiras, mesmo no sol de 46ºC não queimaram nossas pernas e são bem anatômicas, o suor escorreu sem problemas :D

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Fiquei imaginando aquele estádio lotadão e com Brasil jogando, deve ser bacana, ficamos muito perto do campo e pra quem vai desembolsar R$4mil reais pra ver a final da copa, parabéns. Deixo aqui apenas meus parabéns.

Goool, da Argentina!

Goool, da Argentina!

:)

Semana que vem é Carnaval!

Quem ta animado? eu não.

Cachoeira do Horto – Rio

O feriadão que passou aí deu tudo errado. Eu estava com tudo pronto pra conhecer Arraial do Cabo,  até que o hotel me informou, 4 dias antes que teve overbooking e não teria vaga pra mim, bem assim. Agora eu estou com um prejuízo de R$194 reais de passagem no qual pedi estorno porém terei que pagar em dezembro (melhor mês do mundo pra ter uma dívida) para receber em janeiro :(

Maaaas uma vez no Rio, tentei fazer algo diferente e me veio na cabeça conhecer o Horto do Parque Nacional da Tijuca. O horto, é uma parte bem afastada da civilização e eu já tinha ouvido falar que lá tinha uma cachoeira que valia a pena ser visitada. O acesso até lá é pra gente que gosta mesmo de atividade fisíca. Existe uma linha de ônibus que vai até o comecinho do parque (o 409) e para à 600m (ladeira acima) da entrada do parque, mas eu, atleta que sou, fui de taxi :P

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Eu já tava pensando em como seria tensa a trilha de acesso por isso quis me poupar :D Lá me lembrou muito meus tempos de acampamento de férias (Palavra da Vida) e encorporei a aventureira. Mais uma vez, atleta que sou, fui de havaianas hahaha o que atrapalhou um bocado o processo.

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O acesso a cachoeira é meio difícil, não aconselhável para pessoas com crianças muito pequenas nem pessoas de idade. Existe uma pedra que precisa ser escalada, e nossa única segurança lá são algumas correntes presas as pedras que te ajuda a atravessa-las.

Depois de mais ou menos 15 min de trilha achei a primeira cachoeira. Pequena, humilde e gelada. Eu tenho nervoso em entrar em água doce por conta de uma imagem do meu livro de ciência da 6ª série que tinha um homem fazendo cocô no lago, liberando larvinhas e todas elas entrando pelo pé do banhista, aiiiiin #umtrauma. Mas eu entrei!

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Bucho adquirido in Italy.

Eu fiquei muito tempo (cerca de 5 min) deixando da água da cachoeira cair em mim e saí com dores na cabeça.. a velocidade da água é impressionante. Mas em matéria de cachoeira, sem desmerecer o local, a cachoeira do Roncador perto de Bananeiras na Paraíba é infinitamente mais bonita cof cof e eu não tive nervoso de entrar porque a maioria do acesso dela é por pedras :D

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Cachoeira do Roncador (Reprodução)

Mas quem vier ao Rio e se interessar por um programa diferente, ta aqui uma sugestão :) Eu não subi no segundo nível da cachoeira, porque meu amigo sofreu um acidente anos atrás nesse trilha, completamente entendível.

Na saída, desci aqueles 600m e vi muitos bichinhos da floresta. Peguei o 409 e voltei para civilização :)

Até a próxima!

Que eu não sei quando vai ser já que eu reservei esse fim de ano AND janeiro para me dedicar aos estudos  :( Mas por uma boa causa que pode se converter em vários posts legais :D

Só queria dizer que

tive um sábado sensacional.

Tudo começou com uma sexta feira frustrada que acabou na minha cama, um tylenol e dois ventiladores. Acordei no sábado, como de costume, às 6h. Me forcei a dormir até as 8h, ainda irritada porque a sexta feira tinha sido uma desgraça. Levantei para ir dar uma volta de skate no aterro. Estava um dia lindo e muito quente, um dia normal. A falta de prática me deixou insegura e quase atropelei um velhinho, decidi andar na pista mais larga, na beira mar mesmo, aquela que o skate fica trepidando mas se você trupicar a única arrebentada é você. Eu não cai, peguei velocidade ao som de monobloco, estava enlouquecidamente feliz, sentindo a brisa no meu rosto e aquele sol que tanto detesto me fazia respirar fundo e dizer: eu estou aqui! Em algum tempo não sei se estarei mais, mas aquele sábado me serviu para dizer: eu estou viva! :)

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Fui pra casa. Tomei banho. Esperei a visita que tava chegando da Paraíba.
Partiu praia, de bicicleta. Uma dica pra quem vem andar de bike do Itaú aqui no Rio é: o passe mensal não te dá direito de passar o mês com a bicicleta não tá? O passe mensal deixa você usar durante 1h por dia, durante um mês… se quiser usar mais sem pagar adicional, tem que devolver a bike, esperar 15min e pegar de novo. Mas voltando a programação do sábado de alegria, andamos tanto, tanto que paramos na Gávea. O dia continuava lindo, o calor não incomodava. A brisa que vinha lá da Bartolomeu Mitre amenizava.
Chegamos na praia, a água, típica de um Outono congelava. Estava vazia e tivemos a brilhante ideia de transformar o Leblon no piscinão de Ramos e alugamos uma piscina de plástico, lá 3 adultos foram felizes.

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R$25 a diária, água que você não sabe de onde vem mas que é muito mais divertido do que qualquer outra coisa que você um dia pensou em fazer na praia. Ninguém te julga, pode ir sem vergonha. Só não fique pulando na piscina como uma rã, porque aí vão te julgar sim.

Para finalizar o dia, caminhei do Leblon até o arpoador e morri de dor nas pernas. Mas vi o mais incrível por do sol do Brasil. Essa época do ano ele é médio incrível porque o sol está se escondendo por trás do morro dois irmãos, mas no verão… olha, espetáculo.

Daí eu achei pouco andar e esqueci que a estação mais próxima era a de Ipanema, andamos até o Cantagalo pra pegar o metrô. Mais tarde tivemos uma noite surreal na Lapa, virei panicat de boate de 5ª onde os únicos presentes era eu e os meninos.

4am meu sábado terminou.
E eu terminei feliz.

I’m gonna miss all that :)

Calma, alma minha, calminha.

Aquele sofá amarelo e velho já escutou tantas. Tantas desilusões, tanta vontade de ser feliz, tanta solidão. Eram tantas palavras perdidas, amores e confidências. Aquela solidão apertada ficava mais aliviada naquele sofá, que também já escutou risadas altas, fofocas e festinhas.

Uma cidade tão grande, um caminho tão extenso e um apartamento pequeno. Um desafio de tentar ser feliz dentro do seu próprio eu, eu, eu, eu. Eu posso, eu consigo, eu não preciso de ninguém. Sabia que “a maior coisa do mundo é saber pertencer a si mesmo”.

Saiu de casa pela primeira vez aos 19 anos, foi feliz, muito feliz. Sabia que queria aquilo pro resto da vida mas precisou voltar, um surto de sensatez a fez voltar e foi bom enquanto durou. Aprendeu, cresceu e se libertou. Ainda tem o coração ferido de saudades daquele tempo onde era mais fácil sorrir, tudo era diversão, frio e carinho.

Viajou, várias vezes. E de repente aquela certeza se transformou em dúvida e depois em medo. Seria ela a única responsável pela sua felicidade? Seria aquilo? Seria lá? Será que todo dia vai ser sempre assim? ♫

Já não tinha nada a perder, queria ganhar, muito. Mas deixou o pé preso… se soltou. Foi feliz, bem feliz depositava em sua liberdade toda a sua alegria mas havia tanta liberdade que cansou, dá pra entender? Cansou. Mas procura em si a companhia que sempre buscou, em si, em livros, em filmes, em músicas, algumas vezes em amigos, sempre em Deus. É preciso muito autoconhecimento para se aguentar, ter paciência e entender que para tudo existe um tempo, um local e um modo.

As músicas machucam as atualizações de status também. Machuca a decepção que num dá, ta longe, ta sem papo, não quer. O que foi que aconteceu? Ela nunca saberá.

A  água da chuva desce a ladeira.  
      É uma água ansiosa.  
Faz lagos e rios pequenos, e cheira  
      A terra a ditosa.  

Há muitos que contam a dor e o pranto 
      De o amor os não qu’rer… 
Mas eu, que também não os tenho, o que canto
      É outra coisa qualquer.

                                                            Fernando Pessoa – 21 – 3 – 1928
Mas ainda bem que há Vinícius que fala pra ela que “A maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a dor do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana. A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo,
o que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro. O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e ferir-se, 
o ser casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo. Esse queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno. Ele é a angústia do mundo que o reflete. Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes de emoção, as que são o patrimônio de todos, e, encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras do alto de sua fria e desolada torre.”
—-

Ó, deixa eu te contar, senta aí nesse sofá…

Bodas de papel e um desabafo

03 de março de 2012, aeroporto internacional Castro Pinto, João Pessoa. Cheia de sacolas nas mãos e uma mãe angustiada ao lado. Entrei naquele avião como o sentimento de “é agora ou nunca”, cheguei no Rio com a sensação de que tudo seria lindo.

Na minha cabeça passavam muitas histórias, brigas e pessoas que deixei para trás, sim, todas elas. Principalmente aquelas que nunca acreditaram em mim e sempre tiveram o prazer de me ver cair, que tentaram me humilhar, que me julgavam. Até aquelas que eu nem conhecia, mas que me conheciam por um ouvir falar. Era aquela menina chata e fresca, briguenta e intrometida que plantava o mal e que nunca conseguiria nada mais além da discórdia. Essa galera parece que não sabe que o combustível do teimoso é a torcida contra.

Durante aquelas 3 horas de voo, eu chorei vendo João Pessoa para trás, chorei quando vi Recife do alto e fixei meus olhos no céu quando nada mais era visto. Foi difícil foi, ainda está sendo, está. Mas o frutos começam a surgir depois de 1 ano e me deixam feliz. Essa semana o editorial que eu fiz com a minha chefe saiu no Globo.com e outra foto foi publicada na Revista Contigo. Não ganhei uma ruela por isso, nem muito menos os créditos devidos mas po, bizarro né? Nunca pensei… UPDATE! Creditaram sim! :)

Flavia Sampaio Powerlook  Editorial 16 edit

Minha foto favorita :)

O que eu acho engraçado de tudo isso é que não adianta eu tentar planejar minha vida, porque Deus sempre chega e diz: ei mocinha, pra esse lado! Me tangendo, eu, o caranguejo nervoso. Não vou nem citar meus antigos planos porque os comentários que eu provavelmente terceria sobre eles levantaria a ira de muita gente, mas eram medíocres, pequenos.

Nunca pensei em morar no Rio, nunca associei essa cidade com minha carreira profissional. Nunca tive pretensões em trabalhar com fotografia, apesar de adorar. Nem muito menos me imaginei na casa de Eike Batista pra fazer o editorial que citei… é estranho, de repente você está dentro de um mundo muito distante! De repente você tem contato com revistas como L’officiel ou Vogue, de repente o pessoal do ego.com está roubando suas fotos sem credita-las e de repente, espero um dia, me encontrarei não estranhando tudo isso e me sentindo em casa, no Leblon de preferência.

Sim, o Rio está me fazendo muito bem. Aqui eu posso fazer o que sei fazer e ser remunerada por isso, aqui eu posso falar alto no bar ou andar de short jeans e havaianas no shopping porque ninguém vai me julgar por isso. Sabe o que é melhor? Aqui eu posso crescer e é por isso que o Rio tem me feito bem.

Nesse domingo de mazela eu tinha um TCC para terminar, mas futucando o meu instagram decidi pegar algumas fotos e fazer um videozinho, bem simples, bem besta mas que me fez sorrir do início ao fim. Percebi que esse ano não foi tão ruim assim, que o pesadelo que vivi nem foi tão grande e que eu conheci pessoas fantásticas, eu não parei de sorrir um só minuto.

Aos que lá ficaram, sei que muitos ficam felizes com meu sorriso bobo e sincero mas aos outros que não compartilham desse sentimento eu digo: Hoje faz 1 ano de que eu cheguei aqui e da janela do meu quarto escuto um samba vindo do bar la debaixo, que diz: “É Deus quem aponta a estrela que tem que brilhar.” (não vocês.)

#FIKDIK

This is Carnaval!

Esse carnaval me deu vontade de ter um diário só para descrever cada detalhe de cada dia que vivi nessa cidade. Ele teria utilidade para que quando eu tivesse uns 85 anos, leria, relembraria e riria, de mim, dos outros, de como eu era besta e também dos bestas que me acompanharam.

Morar no Rio é a eterna certeza que terás sempre amigos te visitando, somando àqueles que você já tem por aqui… Chega a um estágio em você quer unir todo mundo, mas se torna impossível. Na minha primeira tentativa, todo mundo se perdeu, o calor tocou o terror e a multidão levou embora metade da galera naquele bloco sem vergonha. Mas que terminou num delicioso banho de mar gelado e abraços e beijinhos das pessoas mais queridas que me cercavam.

Morar no Rio é ser o GPS dos amigos mesmo não sendo carioca, é odiar tomar mate e o biscoito globo mas empurrar pra todo mundo provar. Morar aqui é achar normal o sotaque deles mas sempre ser perguntada se você é baiana, ou até gaúcha, quando você usa o pronome TU. Ser chamada de Paraíba e se acostumar, porque não é maldade deles, é apenas ignorância.

Morar no Rio é descobrir que se o garçom foi gente boa com você é porque ele é nordestino e que refresco é um apelido carinhoso daquele suco nojetinho, cheio de corante que eu tomo todos os dias de manhã. Suco mesmo, só da fruta. E que joelho, você come. Morar no Rio é ter um minúsculo apartamento que sempre cabe mais um e colecionar colchões infláveis.

Conheço amigas que não simpatizam muito com os cariocas, mas eu tenho os meus reservados no coração que moram bem longe e eu tenho preconceito porque moram longe hahahah mas vamos entender, para quem veio da Paraíba, ir pra casa da colega que mora a 23km de você é o mesmo que viajar para visitar sua avó que mora no sítio (lá em alagoa grande), a gente só faz isso aos domingos.

Morar aqui está me trazendo experiências que eu jamais, nunca, em toda a minha vida pensei que fosse viver. De dores à sorrisos, contatos com episódios, pessoas e situações nas quais eu só via pela tv, revista, internet… Como o carnaval!

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Aquele calor de 40C que você acha que não vai aguentar, existe e você aguenta sim! Aquela carioca de cabelo queimado do sol, magrela e com vestido da farm existe e você aguenta sim! kkkkkkkk Aquele sotaque felipe dylon feelings existe e você também aguenta sim, hoje, até, acho lindo, acho massa, acho manêro!!!

Aqui, é capital do calor, da chuva, do vento, dos banhos de poça de lama quando o ônibus passa perto de você. Aqui é o único lugar da terra que não importa se você tem 9 ou 89 anos, sempre terás uma atividade de lazer como o vôlei na praia ou as aulas de batuque com o Monobloco toda quarta feira. É voltar de busão de madrugada e descer muito longe do ponto mas sai correndo mesmo sabendo que sim, você está no Rio, mas estas muito mais segura que se estivesse na Paraíba. Morar aqui é mais que uma realização de liberdade, é saber que aqui a sua liberdade depende do quanto você a quer.

Morar no Rio é a eterna certeza que terás sempre fotos legais para postar no instagram, que gastarás muita grana, sempre e com tudo, não importa com o que. E a pior parte, morar no Rio é ter que sacrificar 1 feriado da sua vida que você poderia ir visitar sua família para poder ficar aqui :)

Desculpa aí se teu carnaval acabou na quarta feira de cinzas, o meu dura o ano inteiro!

♫ Chego ao Rio de Janeiro 
Terra do samba, da mulata e futebol 
Vou vivendo o dia a dia 
Embalado na magia 
Do seu carnaval ♪